IPCA-15 sobe 0,59% em maio, acima das expectativas do mercado
- rafaelsantannamaga
- 24 de mai. de 2022
- 2 min de leitura
Resultado ficou bastante abaixo do indicador de abril (1,73%), mas acima do consenso Refinitiv (0,45%); transportes e saúde e cuidados pessoais pesam.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), prévia da inflação oficial do Brasil, subiu 0,59% em maio — a maior alta para o mês desde 2016 (0,86%). O IPCA-15 acumula alta de 4,93% no ano e de 12,20% em 12 meses, uma aceleração em relação aos 12,03% registrados em abril.
O resultado ficou bastante abaixo da taxa de abril (1,73%), que foi a maior variação mensal desde fevereiro de 2003 (2,19%) e a maior para o mês desde 1995 (1,95%), mas veio acima das expectativas do mercado (o consenso Refinitiv projetava uma alta mensal de 0,45% e anual de 12,03%).
A persistência da alta de preços tem feito com que economistas — e até o governo — revisem para cima as suas projeções para a inflação de 2022. A expectativa do mercado já chega a 10% para o IPCA deste ano, enquanto o Ministério da Economia aumentou a sua para 7,9% na semana passada.
Saúde e transportes pesam
Oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tiveram alta em maio — a única exceção foi habitação (-3,85%), que teve forte retração e ajudou a diminuir o IPCA-15 de maio em 0,62 ponto percentual.
A maior alta veio de saúde e cuidados pessoais (+2,19%), que contribuiu para aumentar a prévia da inflação do mês em 0,27 ponto percentual.
A alta de preços do setor de transportes (+1,80%) desacelerou em relação a abril (+3,43%), mas o grupo foi o responsável pelo maior impacto positivo no indicador (0,40 p.p.). Alimentação e bebidas (+1,52%) também desacelerou na comparação com o mês anterior (+2,25%), mas impactou o índice em 0,32 ponto percentual.
Os demais grupos ficaram entre variações de +0,06% (educação) e +1,86% (vestuário), e seus impactos variaram de 0,00 (educação) a 0,08 (vestuário).
Remédios e passagens aéreas
Dentre os itens e subitens de maior impacto no índice do mês, destacam-se:
Produtos farmacêuticos: +5,24%, com impacto de 0,17 p.p.
Higiene pessoal: +3,03%, com impacto de 0,11 p.p.
Passagens aéreas: +18,40%, com impacto de 0,09 p.p.
Gasolina: +1,24%, com impacto de 0,08 p.p.
Etanol: +7,79%, com impacto de 0,07 p.p.
Ajuda da conta de luz
A forte queda de preços no grupo habitação (-3,85%) foi puxada pela energia elétrica (-14,09%), que ficou muito mais barata a partir de 16 de abril, com o fim da bandeira tarifária escassez hídrica o início da bandeira verde. A mudança foi possível devido às chuvas dos últimos meses, que encheram os reservatórios das usinas hidrelétricas.
Enquanto na bandeira verde não há cobrança adicional na conta de luz, na escassez hídrica havia um acréscimo de R$ 14,20 a cada 100 kWh consumidos. O governo dizia que a mudança na bandeira tarifária diminuiria o preço da energia em cerca de 20%, mas o impacto acabou sendo menor devido a reajustes recentes em diversos estados. Fonte: Infomoney (Por Lucas Sampaio - 24 maio 2022 09h).
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